terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Coisas do coração



Quem nunca sentiu saudade que atire a primeira pedra. Esse é um dos sentimentos mais comuns entre todos nós...

Ultimamente tenho sentido muita saudade... Saudade de pessoas que moram longe, saudade das coisas que passaram e não voltam mais, saudade dos cheiros e gostos que antes faziam parte da minha vida... Às vezes, basta um cheiro, uma música ou uma palavra... E pronto! Lá vem a saudade entrar em ação, trazendo sempre muitos sentimentos com ela: tristeza, ressentimento, alegria, amargura, desilusão, esperança – além de um forte desejo de querer voltar no tempo... É quando dizemos que a saudade dói no coração, na alma.

E como lidar com esse sentimento que na maioria das vezes só nos trás tristeza?
Não existe nenhum truque infalível, mas o artigo escrito por Marta Crawford dá uma explicadinha no assunto...

Conseguir conviver com as saudades é um mistério e um exercício diário de contenção e de sublimação da dor da ausência. Seremos nós, portugueses, um povo geneticamente destinado a viver e cantar a saudade? Seremos assim tão habilidosos, a ponto de sabermos conviver com a saudade melhor que os russos, os italianos ou os australianos? (...)
Não sei o que se passar com os outros, mas eu tive de arranjar uma forma, mais ou menos eficaz, de conviver com as saudades. Penso que as saudades disto ou daquilo são sempre mais fáceis de gerir do que as saudades desta ou daquela pessoa. (...) Mas voltando às saudades dos outros, sinto que as vou gerindo com maior dificuldade, não de todas as pessoas, mas daquelas mais significativas da minha vida, como a perda daqueles que me eram queridos. Pior ainda são as saudades de quem não se perdeu, mas que embora longe fisicamente, está muito perto emocionalmente. São essas pessoas que dão à palavra saudade o seu verdadeiro significado. E são elas também que nos fazem sentir o peso da saudade na sua plenitude.
O que podemos fazer, perante uma situação em que se sente saudade do outro para que essa ansiedade diminua? (...) Não há truques infalíveis. Podemos arranjar mil e uma formas de dar a volta à saudade, como por exemplo, fazer muito desporto, cavar, construir um jardim, contar de dois em dois até aos 2000, trabalhar muito, cozinhar, saltar, correr, escrever, tudo é possível... Para mim, escrever é algo que funciona bastante bem, escrever tudo o que se está a pensar, a sentir ou a fazer, despejar literalmente tudo o que se vai formando na nossa cabeça. Parece-me ser esta a terapia ideal. (...) Cada palavra que se escreve, cada frase que se constrói, cada parágrafo que se obtém é meio caminho andado para preencher o vazio.(...)


Podemos dizer que nem tudo é melancolia, quando o coração aperta e vem aquele “nó” na garganta, recordando um amor, uma fase da vida, ou um lugar. A saudade pode ser transformada num sentimento confortante, livrando-se do lado sombrio da melancolia e ficando apenas com o lado bom e gostoso do que está longe, de quem não está mais aqui... Do que não volta mais.

Existem saudades que nos levam a uma reavaliação de como estamos conduzindo a nossa vida, que pode estar muito acelerada ou desconectada de nossas realidade e necessidades. É o caso daquele amigo que você morre de saudades e que mora na mesma cidade. Neste caso, não é difícil resolver o problema; basta reorganizar a rotina para ter um tempo de ligar ou mesmo encontrá-lo. Isso vale para muitas outras saudades.

CURIOSIDADE
“Saudade”, segundo o dicionário, é “uma recordação suave e melancólica de pessoa ausente ou coisa distante, que se deseja tornar a ver ou possuir”. Curiosamente, a palavra não existe em nenhum outro idioma além do Português. Todos os idiomas têm várias palavras que expressam sentimentos por alguém que está longe ou faz parte do passado, mas nenhuma é tão completa, precisa e abrangente como no português.

*_____*

Um comentário:

  1. Humm...saudade...não gosto muito é triste neh?!!mas tbm têm saudades boas ...sei lá como "recordar é viver"...é relativamente saudade é saudade^^

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Coisas do coração



Quem nunca sentiu saudade que atire a primeira pedra. Esse é um dos sentimentos mais comuns entre todos nós...

Ultimamente tenho sentido muita saudade... Saudade de pessoas que moram longe, saudade das coisas que passaram e não voltam mais, saudade dos cheiros e gostos que antes faziam parte da minha vida... Às vezes, basta um cheiro, uma música ou uma palavra... E pronto! Lá vem a saudade entrar em ação, trazendo sempre muitos sentimentos com ela: tristeza, ressentimento, alegria, amargura, desilusão, esperança – além de um forte desejo de querer voltar no tempo... É quando dizemos que a saudade dói no coração, na alma.

E como lidar com esse sentimento que na maioria das vezes só nos trás tristeza?
Não existe nenhum truque infalível, mas o artigo escrito por Marta Crawford dá uma explicadinha no assunto...

Conseguir conviver com as saudades é um mistério e um exercício diário de contenção e de sublimação da dor da ausência. Seremos nós, portugueses, um povo geneticamente destinado a viver e cantar a saudade? Seremos assim tão habilidosos, a ponto de sabermos conviver com a saudade melhor que os russos, os italianos ou os australianos? (...)
Não sei o que se passar com os outros, mas eu tive de arranjar uma forma, mais ou menos eficaz, de conviver com as saudades. Penso que as saudades disto ou daquilo são sempre mais fáceis de gerir do que as saudades desta ou daquela pessoa. (...) Mas voltando às saudades dos outros, sinto que as vou gerindo com maior dificuldade, não de todas as pessoas, mas daquelas mais significativas da minha vida, como a perda daqueles que me eram queridos. Pior ainda são as saudades de quem não se perdeu, mas que embora longe fisicamente, está muito perto emocionalmente. São essas pessoas que dão à palavra saudade o seu verdadeiro significado. E são elas também que nos fazem sentir o peso da saudade na sua plenitude.
O que podemos fazer, perante uma situação em que se sente saudade do outro para que essa ansiedade diminua? (...) Não há truques infalíveis. Podemos arranjar mil e uma formas de dar a volta à saudade, como por exemplo, fazer muito desporto, cavar, construir um jardim, contar de dois em dois até aos 2000, trabalhar muito, cozinhar, saltar, correr, escrever, tudo é possível... Para mim, escrever é algo que funciona bastante bem, escrever tudo o que se está a pensar, a sentir ou a fazer, despejar literalmente tudo o que se vai formando na nossa cabeça. Parece-me ser esta a terapia ideal. (...) Cada palavra que se escreve, cada frase que se constrói, cada parágrafo que se obtém é meio caminho andado para preencher o vazio.(...)


Podemos dizer que nem tudo é melancolia, quando o coração aperta e vem aquele “nó” na garganta, recordando um amor, uma fase da vida, ou um lugar. A saudade pode ser transformada num sentimento confortante, livrando-se do lado sombrio da melancolia e ficando apenas com o lado bom e gostoso do que está longe, de quem não está mais aqui... Do que não volta mais.

Existem saudades que nos levam a uma reavaliação de como estamos conduzindo a nossa vida, que pode estar muito acelerada ou desconectada de nossas realidade e necessidades. É o caso daquele amigo que você morre de saudades e que mora na mesma cidade. Neste caso, não é difícil resolver o problema; basta reorganizar a rotina para ter um tempo de ligar ou mesmo encontrá-lo. Isso vale para muitas outras saudades.

CURIOSIDADE
“Saudade”, segundo o dicionário, é “uma recordação suave e melancólica de pessoa ausente ou coisa distante, que se deseja tornar a ver ou possuir”. Curiosamente, a palavra não existe em nenhum outro idioma além do Português. Todos os idiomas têm várias palavras que expressam sentimentos por alguém que está longe ou faz parte do passado, mas nenhuma é tão completa, precisa e abrangente como no português.

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Um comentário:

  1. Humm...saudade...não gosto muito é triste neh?!!mas tbm têm saudades boas ...sei lá como "recordar é viver"...é relativamente saudade é saudade^^

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